À parte de já termos muitas saudades do calor e do verão – pois este ano a chuva veio para ficar, veio molhar bem o chão e encher as barragens – o Alentejo é a região mais quente de Portugal, nos meses de verão.
Este ano, o Andanças está de regresso à aldeia de Campinho, no interior alentejano, de 14 a 17 de agosto e muitas são as pessoas que nos perguntam «Mas porquê Campinho? Porque é que o Andanças se mudou para uma aldeia do interior alentejano, onde o calor aperta e as sombras têm que se conquistar?» e nós PédeXumbo, organização do festival Andanças, queremos continuar responder a essa questão!
Campinho, no concelho de Reguengos de Monsaraz é o ponto de encontro oficial para os Andantes. Integrada na planície dos sobreiros e azinheiras, na paisagem amarela e ondulante de verão, a aldeia de Campinho fica a 3km das calmas e idílicas águas de Alqueva, o maior Lago artificial da Europa. E sim, faz muito calor no Alentejo em pleno agosto, mas o Andanças é um festival de verão e agosto é o mês por excelência para reunir as equipas que são as rodas do festival, bem como as centenas de participantes que chegam até nós para dançar durante quatro dias, devido às férias escolares e laborais.
A descentralização cultural e o Alentejo do interior, onde está sediada, estão no topo das atenções da programação pensada pela Associação PédeXumbo, bem como o desenvolvimento das comunidades e territórios que habita com os seus projetos.
O Andanças encontrou agora casa, num lugar que, se não for habitado, mesmo que sazonalmente, estará cada vez mais isolado. Como mostram dados do Turismo de Portugal, o Alentejo é uma das zonas mais desertificadas durante os meses de verão e um território que não tem vida, não gera vida. Pelo seu histórico, o Andanças, bem como os projetos que agrega ao longo do ano, vem assim trazer um contributo positivo para este concelho, um contributo que só é válido se for desenvolvido a médio prazo, num processo colaborativo, pensado para ser um motor de desenvolvimento da região.
Como uma aldeia global, onde os participantes são convidados a interagir e a partilhar, o festival dá a oportunidade, a quem vem, de ser parte desse processo, não apenas através da programação da qual vêm usufruir, mas também através da partilha com esta comunidade e da experiência das vivências do lugar com as suas características. O Andanças dá a oportunidade a quem vem de experienciar e refletir sobre os desafios de viver no interior alentejano ao mesmo tempo que mostra uma região tão rica culturalmente e tão deslumbrante em paisagem, através das atividades do programa.
A pensar no bem estar dos participantes, pouco habituados ao calor alentejano, a organização do Andanças tem vindo ainda a desenvolver melhorias no mapa do festival, a fim de encurtar distâncias entre palcos e serviços; está também a investir num maior número de sombras nas diferentes áreas do festival através do projeto “Andanças com sombra”, que tem desenvolvido junto da comunidade de Campinho; está a estabelecer parcerias para levar os participantes a mergulhar no Alqueva, nas horas de mais calor; e aconselha a que tod@s venham preparados com chapéu, protetor solar e lenços leves para proteger a pele do sol alentejano. Já as noites, tendem a ser frescas, devido à grande amplitude térmica do clima do interior, pelo que podemos aproveitar para refrescar e vestir um casaco, depois do baile.
E os espetáculos não acontecem só nos palcos, podem ser também assistidos na natureza, pois não há pôr do sol nem céu estrelado como o do Alentejo.
Estamos à vossa espera! O Alentejo chama para cantar e dançar!