Jornal Andanças
Jornal #1
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Em Construção
Na chegada de mais um Andanças, somos recebidos por um espaço que já foi trabalhado por gentes que habitam a vizinhança da barragem há algum tempo. A esta equipa juntam-se novos braços de voluntários que, chegados há uma semana, trazem novas energias e frescura aos que por já cá estão para enfrentar a reta final, em que o cansaço já se nota e o início de mais um festival se aproxima. 
A montagem é feita artesanalmente com o contributo das mãos que, sem muita certeza, vão aparecendo para ajudar. Coordenados principalmente pelo conhecimento e confiança que se gera, as tarefas são distribuídas conforme as aptidões de cada um. E cria-se uma família, com membros de há vários anos e outros que se juntam pela primeira vez... Trabalhamos como formigas, porque as coisas vão aparecendo feitas e o recinto foi ganhando forma,  diz-nos o Filipe, um dos coordenadores da equipa Montagem. Isto para que agora, este espaço, com a sua história e vida, onde já se incluem memórias dos andantes que por aqui passaram estes dois anos, nos possa receber para mais uma edição.
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A chegada
O Andanças começa com a partida para o festival. Várias possibilidades estão à disposição para a viagem, cabe a cada um optar pelo meio de transporte que considera ideal.
Há quem venha confortavelmente na sua mota, carro ou caravana. Há quem prefira o transporte público e venha de combóio ou autocarro. Há quem opte por dividir custos e partilhe o carro ou mesmo quem simplesmente apanhe uma boleia. Todas são possibilidades.
Numa outra perspectiva de viagem mais contemplativa (e ecológica), há quem recorra à própria força física (e mental) e opte por um meio mais demorado, ousado e difícil, e tenha chegado de bicicleta ou a pé!
De bicicleta durante dois dias, artilhados de malas e bagagens, e com muita força de vontade chegaram o Jaime e o João, dois voluntários da montagem do festival. Chegaram há uma semana para trabalhar na construção dos espaços. Falam das estradas bonitas percorridas pela madrugada-manhã, sem carros, onde a luz do amanhecer os conquistou. Dos primeiros sons que se ouvem com o nascer do sol. De estarem sozinhos na estrada. E depois de muito pedalarem, das forças começarem a escassear e da subida que se avizinha, passa um outro ciclista que os cumprimenta e dá força. E porque depois da subida vem a descida, as energias renovam-se, o pedalar fica mais suave e o caminho mais curto.
 Chegaram exaustos mas com um sorriso redobrado para animar a construção do Andanças. A pé durante 7 dias, 208 Km e após cerca de 285 mil passos chegou um grupo de cinco caminhantes. Começaram às 3h da manhã de sábado, caminharam em média 10h por dia e concluíram o percurso no sábado seguinte ao meio dia. Um desafio arrojado que testa os limites do corpo. Este grupo ultrapassou os próprios limites. O Duarte organizou a 2ª edição da caminhada Andanças e diz que foi graças ao respeito e à bonita noção de grupo que todos os que começaram conseguiram chegar ao fim. E – o mais importante – juntos! A caminhada criou laços fortes entre as pessoas ao mesmo tempo que elas criaram um grande compromisso com o corpo, o tempo e a distância. Bonita e merecida concretização!
Cada um dentro do grupo teve o seu papel, a Maria tinha sempre as respostas para todas as perguntas, o Zé era um tipo de “entreteiner” sempre bem disposto. Ele diz “se uma experiência é criar memórias inesquecíveis os meus pés lembrar-se-ão nos próximos 3 meses, as minhas pernas nos próximos 6, mas a minha mente para o resto da vida!”. A Luísa era a única que não tinha visão nocturna mas a dada altura já caminhava de dia, com a Diana, de olhos fechados, numa espécie de relaxamento a dois. A Diana apercebeu-se que tudo no dia-a-dia é muito rápido e extremo. Muitas vezes chegamos em 15 minutos a um lugar oposto da cidade, em 12h ao lado oposto do globo e não nos apercebemos da distância que separa cada lugar. Isto porque nos deslocamos de metro, de carro, de avião... A pé não é assim! Tudo se sente, cada passo, cada pedra no caminho, cada pessoa que se cruza connosco, cada lugar onde se chega... e tudo é lento, demorado, longe e difícil. E só no fim de cada dia e de cada objectivo atingido é que percebemos o quão lentos e mal-humorados podemos ser.
Agora, apesar das dores todos se sentem bem, felizes e com imensa energia para dançar!
Sejam todos benvindos!
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Sugestões Jornal Andanças para Segunda
AI! 19:30hrs, Anfiteatro
E se ao irmos para o trabalho o fizéssemos a cantar? Ou se o fizéssemos enquanto trabalhamos? O trio Ai! de César Prata, Suzete Marques e Tiago Pereira, apresentam os  “Cantos do Trabalho” do seu último álbum “Lavra Boi Lavra”, recriados e recuperados da tradição oral Portuguesa.  Cantos  “para aliviar a canseira da dureza da labuta, para distrair o corpo” dos tempos em que era da terra que vinha o sustento. Estarão hoje, no palco intímo do novo anfiteatro, para um final de tarde  que se antecipa idílico. Uma viagem sonora a outros tempos e o convite à reflexão das músicas que já não cantamos ao trabalhar.
Baile das Histórias (Baile mandado) Pé de Xumbo, 22:15 hrs, Palco Carvalhos
A PédeXumbo, através de um baile mandado, evoca as personagens  da artista Paula Rego, que ganharão vida na tela gigante do palco Carvalhos. Ali nasce também um universo de lengalengas, contos,  histórias, ditos antigos e cantilenas de crianças onde o espetador se transforma no ator ( não 
faltando os adereços), passando a fazer parte da grande roda bailada, que se vai preenchendo, como na vida, de personagens inesperadas,  risos, movimento, interligando gerações através das histórias ao som das quais crescemos e nas quais  criamos o nosso imaginário colectivo.
Danças Urbanas com Light Roots, 22:15 hrs, Palco Menir
O ritmo urbano e contemporâneo ficará marcado no Palco Menir pelo colectivo de arte urbana de Badajoz, os Light Roots, que se iniciaram no último Andanças como uma proposta de trabalho para o festival. Entre músicos e dançarinos com uma visão multidisciplinar do hip-hop, um concerto oficina para derrubar fronteiras e transformar os movimentos da dança urbana nos movimentos de todos, e trazer sonoridades funk às noites do norte Alentejano.
Organisation:
PédeXumbo est une structure subventionnée par:
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