Programação
Petricor
O barro é uma matéria sobre a qual o meu corpo se expande. Apesar de ter poucos registos sobre esses momentos, aquilo que mais me interessa na cerâmica é todo o processo que antecede o resultado final – a peça acabada. Interessa-me ir trabalhando diferentes argilas e perceber as suas texturas, flexibilidades, graus de oleosidade que deslizam por entre as mãos. 
O processo criativo, no que diz respeito ao campo circunscrito da cerâmica, está no meu caso directamente relacionado com a matéria. Tenho muitas ideias e por vezes anoto-as ou desenho-as ou uso o desenho para procurar outras coisas. Mas é no atelier – o meu pequeno laboratório pessoal – que toma lugar a maior parte do desenvolvimento deste processo que transforma peças. Por muito que tente organizar vontades, quando me sento à mesa com um pedaço de grés chamotado tenho tendência para ignorar tudo o que trazia em mente e deixar-me levar pela experimentação que o barro quase me dita. 
Para além da exploração riquíssima que é por si só modelar uma peça e as diferentes expressões de acabamento que se lhe poderá conferir, existe uma magia ligada ao processo de cozedura e depois ao processo de vidrado e de nova cozedura que me deixa sempre numa ânsia expectante ao abrir o forno e deparar-me com objectos muitas vezes irreconhecíveis. 
Acima de tudo, fascina-me trabalhar com cerâmica porque tenho a sensação que tudo é possível e transformável desde que tenhamos paciência para esperar.
Biografia
Sofia Borges, Porto, 1996
Mestre em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Sofia Borges terminou o curso de Produção Artística com especialização em Cerâmica na Escola Artística de Soares dos Reis. Neste momento partilha o espaço do Atelier Miragaia com outros ceramistas. 
Para além do fascínio pela cerâmica, Sofia interessa-se pelo cruzamento entre artes plásticas e performativas. Actualmente participa em vários projectos colectivos que exploram polifonias com voz e o uso de objectos inesperados para criar som, ruído ou música. 
As explorações cerâmica e musical são os principais universos por onde deambula actualmente com o propósito de expressar inquietações, incertezas e fascínios. Dentro deste contexto plástico-performativo, Sofia interessa-se sobretudo pela co-criação, pela potência contida no pensamento, no desenho e na acção colectiva, tendo vindo a colaborar de diferentes formas em colectivos e associações ao longo dos últimos anos. 

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