O Concelho de Castelo de Vide, com uma população de aproximadamente 4.000 habitantes, fica situado no centro de Portugal, junto à fronteira com Espanha. Localiza-se no nordeste alentejano, distrito de Portalegre, e abrange uma área de 264km2. É delimitado pelos concelhos de Marvão a sudeste, Portalegre a sul, Crato a sudoeste, Nisa a norte e a Extremadura espanhola a nordeste. Integra a vila de Castelo de Vide, sede de concelho, e a aldeia de Póvoa e Meadas.
A maior parte do Concelho integra-se no Parque Natural da Serra de S. Mamede, onde a geomorfologia e as condições climatéricas estão na origem de uma significativa biodiversidade. Toda a área apresenta uma paisagem preservada, com os seus vales encaixados, as cristas quartzíticas imponentes, a fauna, a flora, e as variadas nascentes de água.
Por todo o Concelho, podem ser encontrados diversos elementos e conjuntos de elevado valor cultural. É notável a presença de um vasto património construído, revelando a ação do Homem desde os tempos mais remotos. Os traços de humanização, que foram impressos no território ao longo dos tempos, assentam numa base de respeito mútuo entre o Homem e a Natureza. Temos como exemplo, para além dos numerosos vestígios arqueológicos, outras construções bem integradas na paisagem, como os socalcos existentes nas encostas mais declivosas; os muros de pedra com junta seca, usados na delimitação de caminhos e propriedades rurais; as eiras onde se secavam os cereais; as lagariças, usadas no fabrico de azeite; os poços e respetivas noras; os fornos, as ermidas, as habitações tradicionais e numerosos apoios agrícolas (as choças e os chafurdões).
Relativamente à flora, e pela variação do relevo existente, temos duas paisagens distintas. As encostas expostas a sul são marcadamente mediterrânicas, com povoamentos de sobreiros, azinheiras e zonas cultivadas de oliveiras e vinhas. Voltadas a norte, as encostas têm características atlânticas, mais sombrias, com maiores índices de humidade, onde prevalece o carvalho negral e o castanheiro. Os povoamentos vegetais referidos (montados de sobro, carvalhais, soutos e castinçais) apresentam grande valor patrimonial por serem determinantes para a conservação da natureza, face à sua adaptação às condições edafoclimáticas locais e às espécies florísticas e faunísticas que lhe estão associadas.
Quanto à fauna, existem numerosas comunidades de aves: algumas consideradas raras, como a cegonha-negra, a águia-de-bonelli e o grifo; e outras mais comuns, como o gavião, a águia-cobreira, o peneireiro-cinzento, o milhafre, o tartaranhão, o bufo-real e a coruja-do-mato. No seu conjunto, as espécies detetadas no concelho representam mais de metade das dadas como nidificantes no país. É, ainda, possível observar uma grande variedade de mamíferos, tais como: o javali, o veado, o texugo, o toirão, o saca-rabos, o ginete, o gato-bravo, a raposa e o coelho.