Hoje podia chamar-se “riso ponto com”. Ontem chamou-se “muito riso muito siso”. Outros nomes poderiam dar-lhe identidade. Ataque de riso ou riso amarelo, por exemplo. A essência permanece. A palavra e a não palavra, o sério e o não sério, a ordem e a transgressão, a doença e a purga, a vivência e a fuga, o risível e o riso, na voz do músico Luís Fernandes, aqui também e especialmente ator. Autores e intérprete provocam e o público ri, ponto. Ri do trágico, do jogo, do quotidiano, numa defesa explosiva contra o medo, numa reconstrução coletiva contra o jugo.
É isso que este espetáculo nos propõe. Uma reconstrução coletiva a partir do riso, rumo ao muito siso.